Operação de combate ao óleo

A Marinha informou que quatro mil toneladas de resíduos foram recolhidos no mar, em praias, estuários, mangues e outros locais do Nordeste. Por ora, foram atingidos 110 municípios de nove estados. 

Até agora, o relatório divulgado pelo Ministério da Defesa aponta a utilização de mais de 3.370 militares da Marinha e 27 navios (23 da Marinha e quatro da Petrobras) na ação. O esforço também contou com o emprego de 14 aeronaves, 5 mil militares do Exército, 140 viaturas, 140 servidores do Ibama, 40 do ICMBio e 440 funcionários da Petrobras.

Comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel afirmou que o surgimento de novas manchas de óleo no litoral está diminuindo. Porém, é difícil dizer o quanto ainda vai chegar às praias.

— O que estamos vendo? Um arrefecimento real estatístico da quantidade de óleo nas praias. Há mais de cinco dias que não chega óleo nenhum em Pernambuco — afirmou Puntel.

Valter Campanato / Agência Brasil
Entrevista coletiva também contou com representantes da Polícia Federal, Marinha, Ibama e ICMBio

Segundo o almirante, o que dificulta a identificação do óleo é o fato da substância permanecer sob a água, o que não auxilia no reconhecimento de satélites ou de aviões.

No sábado (2), fragmentos de petróleo chegaram à Ilha de Santa Bárbara, em Abrolhos, na Bahia. O local abriga a maior biodiversidade marinha de todo o Oceano Atlântico Sul.

— As correntes marítimas tomam rumos diferenciados. Muito óleo que poderia ou foi lançado ao mar pode ter pego o rumo das correntes da Guiana e ter se dirigido ao Caribe, talvez até em maior quantidade. Nós temos que estar atentos, vigilantes o tempo todo — reforçou o comandante.

Navio investigado

Apontada pelas autoridades brasileiras como a principal suspeita pelo vazamento, a empresa Delta Tankers LTD, gestora do navio petroleiro grego Bouboulina, negou o envolvimento no ocorrido.

Conforme o delegado Franco Perazzoni, da Polícia Federal, que também esteve presente na coletiva, a empresa foi notificada para prestar esclarecimentos. A Interpol foi acionada para auxiliar na tomada de informações.

— A empresa é suspeita no momento. Não houve indiciamento — afirmou o delegado.

As autoridades já solicitaram informações da Venezuela, onde o Bouboulina foi abastecido, e de Singapura, onde ele foi descarregado. A embarcação ainda ou por países como África do Sul e Nigéria.

Ainda sobre a linha de investigação, a PF não trabalha com outros suspeitos. Segundo Perazzoni, as amostras de óleo coletadas para análise chegam, ainda hoje, ao Rio Grande do Norte.

— Não existe plano B ou C. A investigação é essa — enfatizou.

No final da coletiva, o almirante Puntel ressaltou o trabalho que vem sendo feito em conjunto pelo Ministério da Defesa, Marinha, Ibama e ICMBio.

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