Em quem votei pela primeira vez
Em quem votei pela primeira vez

Muitos temem que tal ime desperte arroubos golpistas em Bolsonaro. Já que o Congresso não aprova nada, ele vai lá com os militares, fecha tudo e a a aprovar o que bem entender. Ou seja: torna-se ditador. Isso não vai acontecer. Não há clima nem condições práticas para que aconteça.

A alternativa pode ser, exatamente, "mais Brasil e menos Brasília". Se Bolsonaro promover uma reforma tributária que dê real autonomia a Estados e municípios, ele pode escapulir da pressão fisiológica do Congresso, porque transferiria poder da União para os Estados e os municípios. Quer dizer: o congressista não iria ao Planalto e aos ministérios implorar por verbas, porque as verbas já estariam na sua região-base.

Seria uma bênção. Esse é o sistema istrativo dos Estados Unidos, um país tão grande e variado quanto o Brasil. E funciona. Cada Estado é como se fosse um pequeno país, cada cidade tem suas leis, a comunidade decide como quer viver. E, quando existem distorções, quando um município necessita de ajuda, a União acorre.

Uma reforma federativa profunda. Uma reforma tributária radical. Por essas duas portas, o governo encontraria saídas. Mas, para isso, Bolsonaro teria de trasladar parte do poder que tem o presidente. Será que algum político, em algum lugar, em algum tempo, é capaz da grandeza de renunciar a qualquer fatia do seu poder? Não é da natureza dos políticos. Mas… Vá que Bolsonaro esteja sendo sincero. Um pouco de ilusão também faz bem ao coração.

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