Em 2017, com a Lava-Jato nas alturas, funcionando havia três anos, Bolsonaro avistou Sergio Moro no aeroporto de Brasília. O juiz estava cercado de tietes e o deputado, encantado, agiu como uma delas: foi até onde o grupo se encontrava. Respeitoso, esperou que Moro se virasse, então fez uma breve continência e disse:
– Doutor Moro…
O juiz olhou rapidamente para o deputado, cumprimentou-o sem qualquer formalidade, deu-lhe as costas e seguiu seu caminho. A cena está no YouTube. Os jornais noticiaram que Moro havia ignorado Bolsonaro. Depois, Moro explicou que apenas não o reconhecera.
Quer dizer: Moro não conhecia Bolsonaro pessoalmente, e a Lava-Jato já estava no auge e Dilma já havia sido cassada. Nunca houve, portanto, qualquer relação entre Moro e Bolsonaro. As decisões do juiz não foram tomadas de acordo com os interesses do futuro candidato a presidente.
Moro aceitou o convite de Bolsonaro para a pasta da Justiça certamente por achar que pode fazer mais como ministro do que como juiz de primeira instância. Ou alguém pensa, de verdade, que Moro fez o que fez por estar de olho numa boquinha no governo? Francamente, pessoal…
O Grêmio tem chances de ar à final da Libertadores via tapetão. Seria vagamente vergonhoso. Não por causa do tapetão; por causa do jogo.
No jogo, na terça-feira, o Grêmio se descredenciou para ir à final. Se tivesse jogado bem, o gol com a mão e a malandragem suína do técnico do River seriam intoleráveis. Mas, pela forma pequena como o time atuou, o que o adversário fez de errado corrigiu a injustiça do campo.
Se o Grêmio for à final, terá a obrigação de mostrar um futebol muito maior do que o seu constrangimento.