Procurada, a JBS afirmou, por meio da assessoria, que não comentaria o assunto. O poder de fogo da companhia está justamente na sua representatividade – 25% do processamento de carne bovina no país e 52% das exportações desse tipo de carne. No Mato Grosso, a dependência é ainda maior: 49% do gado tem unidades da empresa como destino.
A definição do nome de José Batista Sobrinho, conhecido como Zé Mineiro, o patriarca da família, para o comando da empresa, e a intervenção de outros acionistas teriam feito, no entanto, os negócios – e os abates – retomarem o rumo da normalidade.
Logo após a delação premiada dos irmãos Batista, em maio, foram os produtores que ficaram receosos em vender animais para a JBS. Pesavam a indefinição quanto ao futuro da empresa e a possibilidade de os pagamentos não serem feitos.
Para Maurício Velloso, presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), enquanto “houver um Batista na direção, a empresa continuará sofrendo uma crise de credibilidade”:
– Apesar de o Zé Mineiro ser merecedor de todo o respeito, ele não possui a expertise necessária para tocar uma empresa, um negócio do porte e da abrangência que tem a JBS.
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, é preciso, no entanto, separar as pessoas da companhia para mais do que garantir a produção, preservar os mais de 120 mil empregos que a empresa gera no Brasil.
*Colaborou Joana Colussi