Na eleição ada, menos de 2% dos porto-alegrenses aptos a votar compareceram às urnas. No Interior, o índice foi maior, mas não muito. Esse ano, graças a iniciativas como a da OAB, o assunto entrou na pauta. O desinteresse da sociedade criou o vácuo para que os conselhos tutelares fossem contaminados – nem todos, mas muitos – pela política partidária. É legítimo que um ativista social se credencie para a disputa de cargos públicos, depois que seu trabalho for efetivamente reconhecido. O que ocorre hoje é que a atenção às crianças e adolescentes virou trampolim para emprego de vereador, o que tira o foco do exercício do mandato original – o de conselheiro tutelar.

Um conselheiro tutelar deve ter preparo técnico e humano para lidar com um público vulnerável. Em nome disso, deve estar pronto para comprar brigas e desagradar instituições e pessoas. Não é uma tarefa fácil. Por isso nós, eleitores, estaremos contribuindo com o futuro se dedicarmos alguns minutos à pesquisa dos currículos e dos perfis dos candidatos. Votar no melhor deles, depois disso, seria um ato gigante de cidadania. 


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