Sempre muito sedentária, Sandra Guimarães, 69 anos, decidiu começar a praticar exercícios depois da intensa experiência de restrições da pandemia. Estava com o diabetes descompensado, precisava reduzir a glicose. Chegou a um dos programas direcionados a idosos promovidos pela PUCRS. Começou com caminhadas ao ar livre. Em duplas trocadas constantemente, o exercício incentivava também a socialização, o que a professora aposentada apreciou muito.
— Essa interação com as pessoas foi bem importante — lembra Sandra.
Três vezes por semana, ela tem aulas variadas no Parque Esportivo da universidade: caminhada nórdica (com auxílio de um bastão), musculação, pilates, ginástica chinesa. Em consulta recente com a médica endocrinologista, Sandra recordou os tempos de sala de aula: ganhou uma "estrelinha" pelos resultados dos exames de sangue, todos satisfatórios. O cardiologista, visitado na sequência, também ficou contente e já considera reduzir as medicações para a pressão e o colesterol.
— Me sinto melhor. O ânimo é diferente. Moro em um prédio sem elevador, no terceiro andar. As escadas eram uma tortura diária, agora já subo sem sofrimento. À esquina, eu ia de carro, e agora vou até o Centro a pé. Levo uns 25 minutos — conta Sandra, moradora do bairro Floresta. — É aquela alegria de conseguir vencer dificuldades — acrescenta.
Clarissa Printes, da PUCRS, ressalta que a consciência sobre a importância do hábito é desenvolvida com a prática.
— A pessoa começa a entender que isso tem um impacto importante na independência dela. O exercício repercute na saúde física, na saúde mental, na funcionalidade, no aspecto relacional. Quando falamos no público de mais de 60 anos, temos que pensar no bio, no psico e no social. Atividade tem repercussão física, mas também atende a questões orgânicas, prevenindo fatores de risco, atuando sobre doenças crônicas como medida não farmacológica, e às vezes substituindo remédios. Tem efeito no humor, no psicológico, na autoestima — enumera Clarissa.