Dificuldade em resolver os conflitos cotidianos e as crises evolutivas vitais são apontados por Adriana como fatores que impulsionam o afastamento entre casais. Dessa forma, a separação aparece como uma alternativa para solucionar conflitos que se somam na conta da relação conjugal.
— Divórcio era o fim da linha para um casal no ado. Hoje, ele é uma das estratégias para resolver conflitos. Quando as pessoas envolvidas se sentem despreparadas para enfrentar conflitos íntimos, muitas vezes, decidem pela separação, pois não é mais um tabu ser divorciado. Estamos trabalhando um conceito novo para ajudar os casais a enfrentar de forma mais saudável essas questões que é a educação para a conjugalidade. Os casais podem aprender a lidar melhor com suas diferenças e necessidades. A ideia é de ampliar o leque de possibilidades de como encaminhar os conflitos antes que a desavença se transforme num sintoma — diz a pesquisadora da UFRGS, que promove intervenções psicoeducativas com grupos de casais sobre o “viver-a-dois”.
Gomes, por sua vez, aposta na comunicação para buscar resolver os problemas e acertar os ponteiros. Segundo ele, os casais andam menos tolerantes e mais apegados aos defeitos do outro.
— Eles têm olhado pouco para as diferenças enquanto diferenças, mas sim como defeitos. Isso acaba dificultando a comunicação. Um aponta o dedo para o outro e não olha para si.
Se a discussão entre os envolvidos não for possível, a recomendação é buscar ajuda profissional e investir em uma terapia de casal.