Integram a geração alfa aqueles que nasceram entre 2010 e 2024, conforme a classificação de McCrindle. Vale ressaltar que essas divisões não são um consenso entre os especialistas, e o objetivo não é generalizar as pessoas, mas sim facilitar estudos e análises.
— Não podemos simplificar demais, colocar todas as pessoas de um recorte geracional em um mesmo perfil. Quando falamos em gerações, trata-se de uma lente para olhar diferentes pessoas que vivem em um cenário com características em comum. Não significa que sejam todas iguais.
Ela destaca que a geração beta deve ser um grupo menor do que os demais, tendo em vista o envelhecimento da população e a queda nos índices de natalidade. Isso deve gerar novos desafios em termos de comportamento no mercado de trabalho e relação com o meio ambiente.
Em geral, trata-se de uma geração que ainda precisa ser analisada e compreendida, conforme esses indivíduos se desenvolverem. O mesmo pode ser dito sobre a chamada geração gama, que se refere aos que nascerão entre 2040 e 2054. Ambos os grupos vão testemunhar a chegada do século 22, com inovações e transformações tecnológicas ainda desconhecidas.
Conforme o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Kanter, no que diz respeito a consumo e perfil profissional, para os jovens da geração beta, a preocupação com sustentabilidade e diversidade não será opcional, mas uma obrigação.
— Não haverá outra maneira de lidar com as relações humanas que não seja baseada em valores como diversidade, igualdade e sustentabilidade. O que era aceitável anos atrás, como alguns preconceitos, será considerado inaceitável. Empresas construindo marcas com esse olhar terão muito mais chance de sobreviver nos próximos anos — destaca o professor.
Segundo ele, a geração beta deve valorizar mais as experiências do que os produtos em si, bem como a economia colaborativa, pensando em modelos de negócio mais sustentáveis. O professor ressalta que o comportamento da geração beta no mercado de trabalho ainda não pode ser analisado, mas é provável que eles sigam tendências da geração alfa.
— Ainda vamos ver como eles se comportam no mercado, a geração alfa está recém ingressando. Mas a geração beta tem a chance de consolidar tendências dessa outra geração, ou criar novas que ainda não sabemos quais são — afirma Kanter.