As travessias

Marco Favero / Agencia RBS
Grupo precisa dar as mãos em algumas travessias

De mãos dadas, para ter estabilidade, e caminhando feito um siri, com os curtos e laterais sobre as pedras escorregadias, a equipe de 10 pessoas – incluindo esta repórter, o repórter fotográfico Marco Favero e o motorista Vanilson Duarte – iniciou a primeira das 20 travessias sobre o Rio do Boi. Na data da trilha, o leito estava na metade da altura considerada máxima para a travessia. Havia chovido forte dias antes, aumentando a correnteza. A altura da água varia dos joelhos até a cintura, devido aos buracos dentro do rio. As mãos iam se soltando conforme o trilheiro da frente alcançava um ponto seguro.

Parada estratégica

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Cascata Leite de Moça tem 30 metros

Pelo caminho, paredões verdes, repletos de musgos, ou de pedras vão ficando para trás. Como é preciso prestar muita atenção no trajeto, para irar a paisagem é necessário diminuir o ritmo e, se for o caso, parar. Segundos de contemplação que valem todo o cansaço antes de alcançar a cascata Leite de Moça, de 30 metros, em duas horas de caminhada. O banho no local é opcional. A maior parte dos trilheiros comemorou a hora de se refrescar.

Braço Forte

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Um banho para relaxar a mente

Por ficar encravada numa área entre pedras e do lado contrário da trilha, a segunda cachoeira do trecho, a do Braço Forte, costuma ser aproveitada no retorno ao ponto inicial. Quem se atreve a um banho na própria cachoeira, nesta época, acaba enfrentando um forte vento que desce do abismo e quase empurra o banhista para fora da água. Mas a piscina no entorno valeu mais a pena do que a própria queda. O que assustou os trilheiros foram as dezenas de aranhas no paredão onde era necessário apoiar uma das mãos para completar a travessia por dentro da água.

Observação em 360º

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Mércia ira os paredões negativos

Pouco antes da última travessia sobre o rio na ida da trilha, o grupo ainda parou num ponto estratégico, de onde observamos três cachoeiras: a Verde, a Escondida e a Jurássica, mais ao fundo. A sensação foi de viver em uma era pré-histórica, quando a Terra era um lugar apenas com florestas, animais, água cristalina e sem a presença humana. Naquele momento, por volta das 12h45min, apenas os 10 integrantes do grupo estavam no local.

O cartão-postal

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Ao fundo, o mirante do Cotovelo

— Aqui é nosso final, conhecido também como meio porque teremos que retornar daqui a pouco — disse o guia César Padilha do Nascimento na chegada ao objetivo da equipe.

Do ponto, o corredor de paredões parece se abrir feito uma cortina para ver ao longe o mirante do Cotovelo, no alto do cânion Itaimbezinho.

Como há recorrência de queda de pedras dos paredões, os guias orientaram sobre os cuidados no local – os trilheiros podem fotografar, tomar um banho nas águas mais calmas e fazer o lanche maior, antes de se prepararem para o retorno.

Moradores de Jaú (SP), a supervisora de ensino Mércia Frugoli, 53 anos, e o agrônomo Eduardo Frugoli, 57, aproveitaram para descansar depois da terceira trilha na região em três dias.

— Achei que não fosse dar conta do caminho. Difícil devido às pedras, mas conseguimos — disse Mércia.

— É um visual muito diferente do que já vimos. A grandiosidade de tudo é incrível — finalizou Eduardo, sem se importar de ter caminhado por cinco horas com uma das solas dos tênis amarrada com uma corda de borracha depois de quase perdê-la dentro do rio.

O corpo fala

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Os trilheiros comemoram o fim da jornada

Ao longo da caminhada, o corpo começou a falar. Alguns tiveram cãibras e dores musculares. Outros diziam já não sentir as pernas no retorno. Estavam no automático. Mas um misto de endorfina e adrenalina fez a equipe esquecer as próprias limitações e seguir unida até o final. Na chegada, aplausos e abraços. O Rio do Boi havia ficado para trás.

Como chegar

O que levar na trilha

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Perneira é item indispensável

O trilheiro tem de ter

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