Embora melhores, os resultados também não são animadores para a rede privada. A única etapa em que as escolas atingiram a meta no Rio Grande do Sul foi nas séries iniciais do Ensino Fundamental, que ficou com 7,4, para uma meta de 7,1. Nos anos finais, o Ideb da rede ficou em 6,7, para uma meta de 7,2. Já no Ensino Médio, o índice alcançado pelas escolas privadas foi de 5,9, mas a meta era de 6,8.
Em entrevista coletiva, o ministro da Educação Rossieli Soares da Silva reforçou o cenário de "fundo do poço" destacado na semana ada, quando anunciou o desempenho dos estudantes em provas de português e matemática. Ao destacar que nenhum Estado conseguiu cumprir a meta de qualidade definida para 2017, o ministro afirmou que o país precisa avançar na implementação de um novo modelo para o Ensino Médio:
— Neste formato, neste ritmo, não cumpriremos as metas. Atrevo-me a dizer que não cumpriremos em décadas. Essa discussão de um novo modelo, com a reforma (do Ensino Médio), tem a ver com isso.
A reforma do Ensino Médio foi aprovada no Congresso Nacional começo do ano ado, mas a sua implementação depende da BNCC, que segue em discussão no Conselho Nacional de Educação. Com a reforma, 60% do currículo das escolas será composto de conteúdos comuns, alinhados a base nacional, e o restante será flexível. Educadores têm criticado a proposta, pelas dificuldades de as redes de ensino – em sua maioria as estaduais – conseguirem implementar esse modelo flexível. No Rio Grande do Sul, 85% das matrículas na etapa estão nas escolas estaduais.
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de o Fundo (UPF), Rosimar Siqueira Esquinsani afirma que é preciso repensar o modelo do Ensino Médio para se conseguir avançar nos indicadores de qualidade. Ela considera a BNCC pode ajudar a reduzir as desigualdades educacionais se for bem conduzida pelos Estados, mas é contrária a proposta de reforma do Ensino Médio por conta das dificuldades das redes de ensino, em sua maioria estaduais, garantirem uma diversidade de opções aos estudantes.
_ Do jeito que está posta, vai reforçar as diferença entre a escola pública e a escola privada. Não vejo uma saída a curto prazo, é preciso focar em dois pilares: valorização dos professores, com condições adequadas de trabalho e melhoria na formação desses educadores, com apoio e trocas de experiência.