Exploração da criatividade – A necessidade de encontrar maneiras alternativas ao tradicional quadro negro para ensinar tem demandado constante adaptação por parte dos professores, o que pode se mostrar valioso no futuro. Pensar novos métodos didáticos se tornou imperativo quando só se tem como possibilidade, por exemplo, ministrar uma aula via aplicativo de imagem. "Estamos tendo de buscar alternativas muito diferenciadas para garantir a melhor qualidade possível, e isso leva a uma explosão de criatividade", define a professora da PUCRS Lucia Giraffa.
Formação docente – A realidade diante da pandemia também levou à percepção (que, especialistas apontam, não é nova) do quanto é preciso promover constante formação para os profissionais da educação. A falta de conhecimento de tecnologias prejudica, por exemplo, professores da rede pública, exigindo semanas de treinamento que poderiam ter sido usadas para reduzir o atraso no reinício das aulas, ainda que de forma remota.
Valorização da profissão – Talvez uma das percepções mais claras deste período de crise advinda do coronavírus é o quanto os professores aram a ser valorizados. Mais do que pelo esforço em promover, em muitos casos pela primeira vez, aulas online, e talvez pelo fato de “invadirem” as casas dos alunos na presença dos pais, os estudantes e seus familiares aram a enxergar com clareza a importância da profissão em todas as suas facetas.
Para os alunos:
Mais autonomia – A pandemia evidenciou que, sem aulas presenciais, os estudantes dependem muito de si mesmos para manter uma rotina de estudos, realizar os exercícios e, em certa parte, também aprender por conta própria. Essa autonomia, defendem educadores, é muito benéfica para o ensino: um aluno que busca conhecimento por vontade própria tem mais chances de, mais do que simplesmente compreender o que é exigido dele, também ir além disso, buscando mais conhecimento e construindo assim o seu percurso.
Para as escolas:
Uso de tecnologia – Independentemente da situação de emergência que promoveu o uso de dispositivos tecnológicos no ensino, essa digitalização deverá permanecer. "É certo que todos estarão mais abertos a incorporar novas tecnologias ao processo de ensino-aprendizado. Não será possível retroceder. A pandemia está nos forçando a revisar preconceitos e concepções do ensino exclusivamente presencial, assim como tantas outras resistências", diz Angelita Renck Gerhardt.
Proximidade com as famílias – Mais do que na busca por renegociação de matrículas e a tentativa de evitar a evasão de estudantes diante de um cenário de incertezas, a aproximação entre pais e escola (ou entre universitários e suas faculdades) mostrou que há muito espaço para a atuação em conjunto. Instituições de ensino mais abertas e famílias mais participativas só fazem bem para a educação, e isso, se continuar no pós-pandemia, deverá trazer benefícios a toda a comunidade escolar.