Prova disso é o que a pedagoga Mari Inês Oliveira, especialista em atendimento educacional especializado e processos de inclusão, observa nas salas de aula durante o processo de alfabetização dos alunos: ter um companheiro com deficiência na mesa ao lado torna os estudantes solidários e corresponsáveis uns pelos outros.
– Ao terminar seus trabalhos, é comum os estudantes ficarem atentos aos colegas com deficiência intelectual ou física e pedir para ajudá-los. Isso cria cria um vínculo de afetividade que os torna mais preparados para lidar com situações semelhantes ao longo da vida – explica a pedagoga.
É a partir deste primeiro contato que os pais e professores escutam a pergunta comum de quem depara com a deficiência do outro: o que é que ele tem?– Quando a dúvida surgir na criança, é importante falar a ela a verdade, explicando a condição da outra pessoa, se ela precisa de um tratamento diferenciado, e como agir em relação a ela, ensinando valores como respeito e solidariedade – explica Mari Inês.
Além das questões relacionadas às deficiências, colegas de outras religiões e etnias também suscitam nas crianças o interesse em entender o porquê de elas serem diferentes. De acordo com o professor Augusto Niche Teixeira, do Unilasalle, deve-se aproveitar o momento para começar a conversar sobre a importância do respeito nas relações.
– Os alunos devem ser formados pela escola e pelas famílias para a tolerância e o reconhecimento das diferenças em âmbito de igualdade. Não no sentido de que somos iguais, mas de que somos seres humanos em condição e em espécie – orienta o professor, que desenvolveu dissertação de mestrado e tese de doutorado sobre o assunto.
Lição de casa
Veja como estimular que as crianças tenham postura compreensiva e tolerante
• Esteja atento aos acontecimentos do cotidiano em que as diferenças e a diversidade sejam desrespeitadas para conversar e esclarecer a postura correta diante dessas situações.
• Estimule a reflexão sobre situações cotidianas ressaltando a importância da tolerância e do respeito ao que é diferente.
• Esteja atento ao comportamento dos filhos e dos amigos dos filhos nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.