– É um absurdo que, em pleno século 21, tenhamos que conviver com crimes bárbaros como esse. Tomaremos medidas efetivas para combater a violência contra a mulher. Vamos criar um departamento na Polícia Federal tal como fiz com a delegacia da mulher na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Ela vai agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo país – afirmou.
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Na realidade, dizem delegados a ZH, Temer pode determinar a criação de um grupo para investigar estupros. Investigações sobre delitos de natureza sexual já fazem parte do cotidiano da PF, só que no campo da internet. A maioria das superintendências (órgãos regionais) possui a Delegacia de Defesa Institucional (Delinst), que inclui um grupo de combate a crimes cibernéticos. Uma das mais importantes tarefas dessa unidade é reprimir redes de pedofilia.
– Nada impede que dentro da Delinst seja criada uma unidade para reprimir crimes sexuais em geral, como os estupros – pondera um policial especializado em combater pedofilia.
Muitas pessoas se questionam se a PF, ao criar esse grupo, não estaria se sobrepondo à função já exercida pelas Polícias Civis estaduais e suas Delegacias da Mulher. É certo que os federais têm como prioridade combater crimes de natureza federal ou que ultraam fronteiras estaduais, mas nada impede que atuem contra delitos locais, desde que adquiram importância nacional. Foi assim recentemente em Luiziânia (Goiás), quando um serial killer matou diversas pessoas. A investigação foi feita, entre outros, por delegados federais designados especialmente para o caso. Em outros episódios, federais atuaram contra ladrões de banco e traficantes que atuam em mais de um Estado.