Este fim de semana é o momento de reforçar a mensagem da importância do voto
O apelo à conscientização e ao comparecimento é mais necessário no caso gaúcho, devido aos níveis da abstenção no primeiro turno superiores à média nacional. No país, a taxa foi de 21,68%. No Rio Grande do Sul, de 23,69%. Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas e Santa Maria, os cinco municípios rio-grandenses com eleição neste domingo, tiveram percentual de ausências superior ao observado em todo o Estado. A mais alta ocorreu em Canoas, 31,83%. Porto Alegre foi a capital brasileira com a maior ausência. Foram 345,5 mil pessoas, ou 31,51% dos eleitores aptos, que renunciaram ao exercício cívico de sufragar candidatos à prefeitura e à Câmara de Vereadores. Como já amplamente observado, foi uma quantidade superior até à votação do primeiro colocado. Não são números compatíveis com um Estado que se considera altamente politizado.
São variadas as razões elencadas para explicar o aumento da abstenção. Entre elas, a desilusão com a política e com os políticos, a facilidade para justificar o voto por meios virtuais, a multa baixa e o envelhecimento da população, uma vez que cidadãos com idade a partir de 70 anos não são obrigados a comparecer. No caso de algumas cidades gaúchas afetadas pela enchente, cita-se ainda a perda de documentos, dificuldades de locomoção ou a decisão de pessoas atingidas de mudar de cidade.
As explicações ainda serão mais bem analisadas pela ciência política, com a avaliação de dados quantitativos e qualitativos. Diante da crise de representatividade, em especial os partidos estão a dever um exame de consciência. Mas isso é para a partir de segunda-feira. Neste fim de semana, até o horário próximo do fechamento das urnas, às 17h de domingo, é dever de lideranças, candidatos, siglas, autoridades eleitorais, comunicadores e veículos de imprensa reiterarem a convocação dos eleitores para se dirigirem às suas seções. É relevante ainda repetir esclarecimentos básicos como o fato de que quem se absteve no dia 6 pode votar neste 27 de outubro.
Nas cidades com segundo turno, chega o momento decisivo de optar pelo nome que comandará o município pelos próximos quatro anos, com a responsabilidade de atender às demandas da população, solucionar problemas e encaminhar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento e ao bem-estar. O voto, como referiu na quinta-feira a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “é uma bênção democrática”. É um processo que define, a partir da soma das contribuições individuais, o destino de uma coletividade. Quem abre mão dessa prerrogativa deixa que outros decidam por si. Neste domingo, portanto, às urnas, eleitores!