
Incentivos para financiamentos, redução de impostos e prorrogação de dívidas estão na lista de demandas do setor da uva e do vinho para o vice-presidente Hamilton Mourão em sua agem por Caxias do Sul nesta sexta-feira (18). Presente na solenidade de abertura da Festa da Uva da última edição, Mourão não chegou a anunciar nenhuma medida específica para a região. Em outras oportunidades em que representantes do governo federal participaram do evento, houve redução de alíquota do IPI do vinho e entrega de máquinas e equipamentos agrícolas.
Desta vez, representantes de entidades do setor não criam muitas expectativas até pelas negativas que já tiveram em demandas feitas diretamente ao governo federal, mas defendem como uma das prioridades que têm mais chances de obter apoio da presidência a ajuda para minimizar os impactos da estiagem na safra deste ano.
É o que espera o presidente do Conselho de Planejamento e Gestão da Aplicação de Recursos Financeiros para Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), Luciano Rebelatto, uma das entidades convidadas para a solenidade de abertura.
— Tínhamos uma sinalização positiva nesta questão da estiagem, mas em função da chuva do Rio de Janeiro fomos informados que da mesma conta sairia o recurso emergencial. Mesmo assim, espero que a gente tenha a prorrogação dos prazos das parcelas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e uma linha de financiamentos específica para custear a próxima safra porque o produtor não vai ter dinheiro para custear de novo — destaca Rebelatto.
O presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal, que também estará na abertura da Festa da Uva, diz que esta demanda sobre prorrogação de dívidas é a única que o governo sinalizou ser possível.
— Queremos que os produtores com financiamento que estão vencendo neste ano possam ter desconto na parcela, mas esperamos que seja anunciado algo concreto — defende.
Sobre linhas mais atrativas de financiamento, Postal disse que elas são necessárias para as indústrias também.
— Para elas pagarem os produtores. Tem indústrias terminando agora o pagamento da safra ada. Mas o governo federal diz que já esgotaram recursos, só que produtor não pode ser o financiador das empresas — reclama o presidente da comissão.
Outra pauta que vai ser defendida pelo setor, mas aí com o governo do Estado, é a cobrança da divulgação dos dados da última safra. Os últimos números consolidados são de 2020 e há necessidade desta orientação de destinação do que foi produzido conforme mercados até para basear as decisões futuras de produtores e empreendedores do ramo.
Uvibra não foi convidada
A União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), que representa a indústria do vinho, não foi convidada a participar da solenidade de abertura. Com isso, não poderá reforçar algumas pautas que já tiveram negativa, tanto do governo federal quanto estadual, em relação aos tributos.
Entre os pedidos que não foram atendidos está o de isenção de IPI para importação de garrafas, um dos principais gargalos do setor, agravado pela pandemia. E o pedido para o governo estadual suspender temporariamente o ICMS nestes insumos também não foi contemplado.
A Uvibra se soma ao pedido das demais entidades por linhas de financiamentos para o setor, mas também já recebeu resposta negativa.