O presidente da Valeo América do Sul, Mauro Dias, deixou uma plateia da CIC Caxias impressionada com o que a gigante europeia está projetando para o futuro da mobilidade. A participação da companhia em projetos de eletrificação, de carros autônomos e outras tecnologias também fizeram o público questionar quando e quais as condições necessárias para que possamos ver estes avanços no Brasil. Sobre a eletrificação, o executivo afirmou:
- É um caminho sem volta, o que tem se discutido é a velocidade com que vai ocorrer. Talvez alguns prazos possam até ser revisados em função dessa questão de energia limpa e por conta da crise de energia, principalmente na Europa com a questão da guerra. Isso pode retardar a velocidade das mudanças - comentou Dias.
O presidente da Valeo na América do Sul soma 20 anos de companhia, entrou na área de finanças e, há oito anos, atua na direção. Está na atual função desde o início do ano ado. Ele destacou mais de uma vez o quanto a operação da Valeo em Caxias, uma das quatro no país, é extremamente importante para o grupo que teve faturamento de 17 bilhões de euros em 2021 e projeta alcançar 40 bilhões até 2030.
Ao todo, são 184 unidades produtivas no mundo, sendo que 55% dos novos negócios estão focados em inovação. Outro dado que trouxe é que 40% dos engenheiros da companhia são voltados para softwares, e não se enquadram mais apenas na tradicional engenharia automotiva.
A unidade de Caxias tem 200 profissionais e é focada na produção de ar-condicionado para veículos a combustão e conta com uma linha de eletrônicos. Também já está desenvolvendo ar-condicionado para veículos elétricos. Outro destaque é que foi a planta local que fez o purificador de ar contra vírus, em função da covid-19, e que depois foi adaptado na matriz sa para aplicação em todo o mundo.
Em âmbito geral, a Valeo trabalha muito forte em quatro pilares. Além da aceleração da eletrificação e do projeto de assistentes para veículos autônomos, aposta no conceito de iluminação para comunicação da mobilidade e de experiência reinventada no interior dos veículos.
Rafael Galperin, diretor do grupo Valeo na área de vendas e desenvolvimento de negócios, também destacou que além de fazer o motor elétrico, a companhia fabrica o inversor.
- É como se fosse o cérebro do veículo elétrico porque ele não tem caixa de câmbio - explica.
A atuação da companhia na gestão das temperaturas da bateria - e do próprio ar-condicionado dentro delas - é outro segmento de extrema relevância. Sobre a matriz de mobilidade que o Brasil deverá assumir, os executivos apostam que o país deve começar com o que chamam de hibridização leve, com veículos com motor elétrico e outro tipo de propulsão em plataformas de menor porte.