
Empreendedorismo feminino e representatividade. Esse foram alguns dos temas que mais reverberaram nos três dias da Gramado Summit 2025. E as startups não ficaram de fora, como a B2EllaHub e a SouMeiDelas, ambas de Caxias do Sul, que foram criadas para oferecer um e e consultoria para mulheres que desejam entrar no mundo dos negócios.
A B2EllaHub, das empresárias Patrícia Janczak e Viviane Barbosa, tem o objetivo de prestar uma consultoria com a ajuda da inteligência artificial, que compila os dados da interessada a partir de perguntas referentes aos negócios.
— A gente criou uma jornada para ajudar as empreendedoras a usar IA porque a gente percebe que as mulheres têm mais resistência a utilizar a ferramenta. Então criamos algo bem simples para ajudá-las por meio de perguntas sobre o que elas têm ou querem ter na sua empresa. No final, a ferramenta vai dar uma visão geral do negócio, além de um plano de ação — explica Viviane.
A plataforma ainda não foi lançada oficialmente, por isso elas levaram o projeto para a Gramado Summit, no intuito de encontrar novos parceiros.
— A ideia é lançar o protótipo agora em julho, mas estamos buscando parceiros que tenham interesse em rodar o protótipo com a gente, porque a ideia é fazer em grupos focais — salienta Patrícia.
O negócio também presta consultorias e mentorias, além de ações sociais com prefeituras municipais. Em 2025, capacitaram 30 mulheres em vulnerabilidade social em Flores da Cunha, com a formalização das empresas e outros auxílios.
Já o SouMeiDelas é uma ferramenta criada a partir do Sou Mei, da empresa Financeiro Online, onde a CEO Talita Nunes percebeu a dificuldade entre as empresárias no pagamento dos Documentos de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) e a emissão de notas, além da própria gestão do negócio. Com isso, surgiu a ideia da plataforma exclusivamente para mulheres empreendedoras.

— Geralmente é preciso ir em dois sites diferentes para emitir uma DAS e uma nota fiscal, então decidimos reunir tudo em um só lugar: no app SouMei Delas. Na ferramenta, também será possível fazer a gestão do negócio, analisar rendimentos e conferir o lucro e as despesas — detalha.
O aplicativo foi lançado na Gramado Summit. O evento foi escolhido como porta de entrada, na intenção de conseguir atrair investidores para também trabalhar com uma segunda frente do app: a consultoria.
— A gente veio apresentar o produto num primeiro momento e buscar parceiros. Tem duas estratégias que a gente pode trabalhar: a usuária que é empreendedora e usa o aplicativo como uma forma de fazer a gestão do negócio; e a outra que é levar para as cidades um mapa da empreendedora. Ou seja, com base no número de CNPJs, eu mostro o tanto de microempresárias naquela região, no que trabalham, desde quanto, para assim, as instituições ou istrações municipais definam alguma política, algum incentivo para aqueles determinados setores — destaca Talita.
"Mães que fazem acontecer"
Cada vez mais a capacitação de mulheres no mundo empresarial se torna mais presente, desta forma, a Sicredi Pioneira também decidiu colaborar, mais especificamente com mães em vulnerabilidade social que decidem empreender.
A assessora de programa sociais e educacionais e líder do projeto, Letícia Fernanda Grings, explica como surgiu o Mães que fazem acontecer:
— O nosso diretor-executivo (Staola Stahl) leu um livro que tinha um projeto como esse em Bangladesh. Então, ele trouxe a ideia para dentro da cooperativa, para que a gente pudesse pensar em como nós poderíamos incluir essas mulheres-mães e ajudá-las a desenvolver seus negócios. E entendemos que tinha a possibilidade da gente trabalhar com esse público e com um propósito muito maior: de não impactar só essas mulheres-mães, mas também as suas famílias.
O programa funciona com turmas pequenas, de até 10 pessoas, onde os participantes recebem conteúdos desde gestão de negócios, marketing digital e até autoestima. Além disso, recebem mentorias individuais sobre seus negócios. Uma das impactadas pela atividade foi a moradora de São Leopoldo, Camila da Conceição, de 38 anos, mãe da Andriely da Conceição Cezimbra, 12. Sua empresa é do ramo da confeitaria e panificação.
Camila conta que começou trabalhando com uma van que vendia doces e salgados de porta em porta. Após as aulas do programa da Sicredi, conseguiu organizar o seu negócio e abrir uma padaria na cidade:
— Eu comecei a participar do programa e tive vários insights do que eu queria na minha empresa, mudei a minha visão. Hoje sou uma empreendedora com uma visão mais ampla do meu negócio, com muito mais conhecimento, que fez com que eu saísse de uma venda de porta a porta para uma padaria no físico, tudo porque o programa nos proporcionou esse embasamento com ferramentas.
A seleção para novas turmas do programa Mães que fazem acontecer ainda não estão abertas, mas Letícia diz que o projeto logo deve chegar em Caxias do Sul.