
A prefeitura de Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, vai abrir um novo serviço de saúde e apertar ainda mais o cerco para tentar frear a disseminação do coronavírus na cidade. Nos próximos dias, será publicado um novo decreto que determinará o cessamento de atividades das 18h da sexta-feira, dia 28, até as 6h de segunda-feira, dia 31.
O horário será o mesmo adotado no último final de semana, mas as restrições serão mais severas, segundo o prefeito Amadeu Boeira. Só farmácias e postos de combustíveis poderão funcionar nesses dias. Mercados poderão abrir apenas no sábado, com o de uma pessoa por família. Restaurantes permanecerão fechados, assim como as demais atividades de comércio, indústria e serviços.
— A situação é precária. Estamos tomando atitudes para ver se diminuímos esse contágio, porque não sabemos mais onde colocar pacientes. Infelizmente, têm pessoas que não se cuidam, estão com o vírus e andando na rua — lamentou o prefeito.
Desde o decreto que estipulou penalidades para quem desrespeitasse as regras, em 20 de maio, um estabelecimento foi multado em R$ 5 mil e seis pessoas terão de pagar R$ 2 mil cada uma por não uso de máscara.
Vacaria não chegou a registrar queda significativa de casos e de hospitalizações como se constatou em outra cidades da região. Ao contrário, se manteve em um nível elevado e, há três semanas, vem indicando aumento no número de contaminados e internações.
Outra medida adotada pelo município será a abertura de um novo serviço de saúde para receber pacientes com sintomas respiratórios e suspeita de covid-19. Uma estrutura está sendo montada no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Romeu Antônio Biazus (antigo Centro Socioeducacional Dom Orlando Dotti), na Rua Ramiro Barcelos, no Centro. O local terá dois médicos para consultas e encaminhamento de pacientes. O horário de atendimento ainda não foi definido, mas o funcionamento deve iniciar na quinta-feira. Na semana ada, foi implantado atendimento noturno em um posto central, mas faltam profissionais.
— A questão não é nem dinheiro. Não temos mais o oque fazer, porque não têm médicos, enfermeiros... as pessoas estão cansadas. A UPA está superlotada, com 300 atendimentos por dia — declara Boeira.
Até o atendimento na prefeitura está prejudicado, conforme o municipal, devido ao número de servidores afastados em função de contaminação. As aulas presenciais nas redes públicas municipal e estadual seguem suspensas.
O boletim epidemiológico mais recente, da tarde de segunda-feira (24), apontou 7.124 casos confirmados na cidade, 65 pessoas internadas no Hospital Nossa Senhora da Oliveira – 47 deles na ala covid-19 (31 positivos para a doença e 16 suspeitos, sendo 11 de outros municípios), 10 na emergência e oito na UTI. Outros 10 internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas. O município chegou a 142 óbitos e tem 998 moradores em isolamento domiciliar.