
Com pouco mais de 20 anos de construção, quem a na frente de um prédio abandonado ao lado da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Cruzeiro, em Caxias do Sul, com vidraças quebradas e sem nenhuma segurança ou impeditivo para entrar, nem imagina que o local já acolheu um módulo da Brigada Militar. Entretanto, a memória ainda é fresca para os moradores do bairro e, principalmente, do entorno, que sofrem, há dois anos, com a ação do tempo e do vandalismo no local.
A busca por uma solução ao prédio, que já teve a base da 3ª Companhia do 12° Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) até 2014 e, de 2017 até o início da pandemia, como sede da Associação de Moradores do Bairro (Amob) do Cruzeiro foi assunto da quarta edição do Câmara Vai aos Bairros, no final de julho. A demolição foi defendida pelo presidente da Amob local, Nelson Accioly Vieira Filho, que diz não haver outra solução.
— A melhor solução seria a reforma, mas a prefeitura nos disse que não tem dinheiro. Não resta outra solução, se não a demolição — comenta Vieira Filho, que acrescenta que a situação está "aguardando decisão da prefeitura".
— Estamos precisando da solução, a prefeitura ficou de resolver — pontua.
Para entender melhor a situação, é necessário voltar para o início dos anos 2000, quando o prédio foi construído através de uma ação da comunidade local. Quem lembra bem é a aposentada Lídia Bertin, 75 anos, que contribuiu para a construção do módulo, que fica na esquina da casa do filho, onde ela a o dia.
— Eles fizeram uma campanha para arrecadar fundos na Igreja Sagrado Coração de Jesus, nós contribuímos. O problema é deixar isso desse jeito, está muito ruim, junta muito marginal aí. Seguido temos que juntar os lixos, eles ficam ali dentro. Querem fazer um estacionamento ali e eu acho que seria muito bom, tem muito carro nessa rua, ainda mais na hora do colégio. Tem que derrubar tudo isso aí — opina a aposentada, que compartilha da mesma opinião do marido, o também aposentado Santo Bertin, 76.
— Hoje, do jeito que está, tem que demolir. Um vereador na época, não lembro o nome, disse que o que é feito pela comunidade, dá certo. Infelizmente, isso não deu —lamenta o companheiro de Lídia.
Claudiomiro da Silva, 54 anos, é proprietário de uma empresa de alarme de segurança. O empreendimento fica ao lado do antigo módulo e o vizinho apoia o reaproveitamento da estrutura pela Guarda Municipal.

— Eu me sinto bastante inseguro, isso virou um ponto para moradores de rua, para usuários de drogas, o pessoal mora ali. É uma sujeira, depredaram todo o espaço. Inclusive o alarme que a gente instalou foi roubado. Eu acho que tinham que colocar um ponto da Guarda Municipal aqui, já que tem um posto de saúde, uma escola. Essa rua é uma penumbra, roubam até placa de carro porque é de alumínio — relata Silva.
A sugestão de Claudiomiro já foi levantada anteriormente. Entretanto, a prefeitura já se manifestou que não tem efetivo o suficiente para a colocação de guardas no local. Já em relação à fala do presidente da Amob, o prefeito Adiló Didomenico frisa:
— Enquanto o local estiver para uso da Amob, a manutenção é de responsabilidade da associação/comunidade.