
Estarrecidos, familiares e amigos de Dhiuliane Damiani Martins, 32 anos, encontraram-se no Memorial das Capelas São José na manhã desta quarta-feira (30), em Caxias do Sul, depois de receberem a notícia chocante da morte da dançarina conhecida pelo sorriso largo e coração grandioso. No espaço da Capela B, no piso superior do prédio, havia cerca de 20 pessoas por volta das 10h. A quantidade é o limite permitido no local por conta do decreto que regulamenta aglomerações em velórios. Dhiuliane foi morta a tiros um dia antes, na terça-feira (29), entre as ruas Sinimbu e Visconde de Pelotas, no centro de Caxias.
As pessoas dividiam-se entre a sala onde Dhiuliane era velada, o o ao local logo após o término dos degraus da escadaria e a área de sacada onde o dia ensolarado convidava ao público se refrescar do lado externo. As pessoas mantiveram silêncio. As lágrimas nos rostos cobertos por máscaras denunciavam o sentimento de impotência diante do fato. Em um canto da sacada, parentes consolavam o pai da vítima que, transtornado, não conseguia permanecer dentro da sala de velório. Os comentários eram de que ninguém sabia de qualquer confusão da qual ela poderia ter se envolvido e que pudesse resultar em tamanha agressão. Mesmo que houvesse, não justificaria a forma trágica como ela terminou sua vida.
— Uma pessoa incrível, de sorriso cativante. Não tinha tristeza. Se ela estivesse em um velório faria alguém rir. Ela brilhava! — dizia a amiga Marta Oliveira, 36 anos.
Martinha, como é conhecida, convivia com Dhiuliane há cerca de oito anos. Soube da fatalidade enquanto estava em Palhoça (SC) e ou a madrugada na estrada para comparecer ao velório.
— Eu tinha que me despedir, ela era mais que amiga, uma alma gêmea — disse.

Outro que precisou voltar às pressas de viagem foi o ex-marido de Dhiuliane, Diego Souza, 33 anos. Pai dos dois filhos da vítima, ele retornou no mesmo dia que chegou a Capão da Canoa, no litoral, com as crianças de 10 e 13 anos.
— Ela era uma ótima mãe, se preocupava muito com as crianças — contou emocionado.
Dhiuliane deixa um casal de filhos, mãe, pai e três irmãs. O sepultamento está marcado para às 16h30min no Cemitério São Luiz da 6ª Légua, em Caxias.