
O prefeito Adiló Didomenico (PSDB) comemorou a inclusão do projeto do aeroporto de Vila Oliva no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) classificando a decisão do governo federal como uma "grande conquista". O chefe do Executivo também não poupou elogios à deputada federal Denise Pessôa (PT), que teve papel importante no andamento do projeto, especialmente nos trâmites finais. A parlamentar, inclusive, foi quem avisou o prefeito da novidade.
Não foi a primeira vez. Denise tem sido lembrada com frequência pelo prefeito por apoiar o projeto e por viabilizar outras agendas em Brasília.
No ado, o senador Luiz Carlos Heinze (PP) já foi o principal articulador do aeroporto na capital federal. Embora continue atuando pelo projeto, ele perdeu protagonismo como voz do município junto ao governo federal. A troca da presidência foi fator relevante, devido às afinidades políticas, mas a declaração de Heinze de que Caxias perdeu recursos para o aeroporto, na campanha de Maurício Scalco (PL) à prefeitura, certamente não ajudou. Os recursos sempre estiveram previstos.
Elogios da oposição
O vereador Capitão Ramon (PL) também comemorou a inclusão do aeroporto no PAC e cumprimentou a istração municipal, da qual é oposição, e a deputada Denise Pessôa. No que diz respeito à parlamentar, é um gesto raríssimo na relação PL-PT em qualquer nível federativo, dada a polarização política.
O vice-líder do governo, vereador Wagner Petrini (PSB), também celebrou a decisão.
E os os?
Se o projeto do aeroporto avançou nos últimos anos, o mesmo não se pode dizer da RS-466, a estrada que vai ligar a Rota do Sol, na região do Apanhador, a Gramado e Canela, ando pelo terminal de Vila Oliva. O Estado prometeu o estudo de viabilidade para a estrada em setembro de 2023. O primeiro edital, porém, foi publicado somente um ano depois e teve a única candidata desclassificada. Nova tentativa no início deste ano também fracassou e o terceiro edital não foi lançado.
Só os estudos vão durar oito meses. Na sequência vem a elaboração de projeto básico, estudos ambientais e licenciamento ambiental. Depois, projetos executivos e a construção.
O caminho é longo e o estágio atual preocupa. O retrospecto do Estado em grandes obras também é péssimo. A menos que se adote nova estratégia, não há motivo para acreditar que a estrada estará pronta a tempo do aeroporto funcionar.