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Não havia, nunca houve e não há agora nada de involuntário no partidarismo que a corporação universitária manifesta, seja em sua aberta doutrinação ideológica em sala de aula, seja em seu envolvimento escancarado em práticas ilegais como são as invasões de prédios públicos.

As exceções, como de praxe, são raras ou silenciosas. O que é notável, no entanto, é que os pró-invasores efetivamente acreditam que a decisão da tigrada partidária tem prevalência sobre a vontade da maioria nas escolas ou universidades, que decisões da tropa de choque invasora são a mais acabada expressão da democracia e que a violência praticada em nome de suas convicções é necessária e justa.

Essa convicção total na verdade absoluta de suas ideologias e de seus partidos explica, por exemplo, a incapacidade dessa burocracia estatal do ensino para reconhecer os papéis institucionais que exercem, quer como professores, quer como gestores, e que são incompatíveis com certas práticas de vassalagem partidária e ideológica a que parecem estar habituados.

O ex-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Roberto Salles, por exemplo, deu uma pequena mostra disso. Na mesma campanha de 2014, Salles enviou um e-mail pedindo voto à candidatura petista "à comunidade universitária e ao público em geral" usando o endereço do gabinete da reitoria e dirigindo-se a diretores e funcionários da universidade, assim como a diretores, professores e funcionários de outras instituições federais. Por que deveríamos pensar que, hoje, esses mesmos indivíduos que nunca fizeram outra coisa que não doutrinar alunos e aparelhar instituições subitamente ariam a ter algum tipo de atitude institucional apropriada?

De positivo, em todo esse triste cenário de invasões e demais ilegalidades praticadas por esses grupos partidários, há o isolamento social em que estão caindo: fora de seus meios, ninguém lhes dá bola, ninguém os apoia, ninguém se importa.

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* Eduardo Wolf escreve mensalmente no Caderno DOC.

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