Saúde mental dos alunos preocupa universidades, que oferecem serviços gratuitos com ajuda profissional
Saúde mental dos alunos preocupa universidades, que oferecem serviços gratuitos com ajuda profissional
  • Dia Mundial da Saúde Mental: sentimentos, emoções e mente precisam de atenção e cuidados 

    Dia Mundial da Saúde Mental: sentimentos, emoções e mente precisam de atenção e cuidados 
  • Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome do pânico afeta pelo menos 2% da população mundial. O Brasil tem dados alarmantes, com seis em cada dez jovens relatado ansiedade no ano ado, sobretudo a partir do impacto da pandemia de covid-19 em suas vidas.

    Quem sofre de síndrome do pânico sente medo do que pode acontecer. De perder o controle, de enlouquecer, de morrer. Medo de tudo. Medo de ter medo. E esse sentimento não está associado a uma causa específica: dirigir um carro, falar em público ou dormir no escuro não são atividades que desencadeiam o problema. Experiências traumáticas como uma separação, um assalto ou a perda de alguém querido tampouco são responsáveis pela doença.

    O coração acelera, o suor começa a se espalhar pelo corpo e se soma a tremores, náusea e formigamento nas mãos e nas pernas. Logo os sintomas físicos chegam ao ápice, e a pessoa fica aterrorizada. Sente que não há o que possa fazer para sair dali, mas ficar onde está também é muito assustador. 

    O pânico é completo quando associado aos fatores psíquicos: parece que algo terrível vai acontecer. Mesmo que tudo esteja calmo no ambiente, é como se, nos próximos minutos, tudo fosse acabar e não houvesse nada o que se pudesse fazer para evitar o flagelo que se aproxima.

    Um diagnóstico precoce é importante para evitar que o transtorno piore. Sofrer de síndrome do pânico sem procurar um tratamento geralmente não significa que algum outro quadro vai se desenvolver a partir desse mal, mesmo no caso de outras doenças psíquicas, como a depressão. Mas o próprio transtorno vai afetar o paciente de maneira mais grave.

    O problema, porém, tem cura. Quando identificado, costuma ser tratado com uma associação de psicoterapia e medicamentos, que incluem antidepressivos e ansiolíticos, responsáveis por causar um efeito tranquilizante que pode evitar o medo de ataques e controlar possíveis novas crises.

    — O antidepressivo vai agir a curto, médio e longo prazos. Seria como um antibiótico para uma pessoa em estado gripal. A curtíssimo prazo, o que vai "baixar a febre" é o ansiolítico — compara o psiquiatra Abelardo Ciulla.

    O tempo de tratamento varia muito de caso a caso – vai de alguns meses a vários anos. Em qualquer caso, é fundamental manter o processo rumo à cura pelo período definido com o psiquiatra: um tratamento interrompido antes do fim pode significar o retorno da doença com intensidade ainda maior.

    Psiquiatras alertam ainda que o uso de substâncias consideradas estimulantes, como derivados de cafeína, nicotina e álcool, deve ser evitado para esses pacientes. Faz parte do tratamento também a recomendação de mudança no estilo de vida, priorizando boa alimentação e a realização de exercícios físicos com frequência. Outra indicação é fazer atividades de lazer, que ajudem a não pensar nos efeitos de um possível ataque de pânico, assim como ações de relaxamento, incluindo massagens e meditação. 

    Pouco identificada

    Segundo o último grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela OMS, o Brasil possui a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Ainda assim, há desinformação nos casos específicos de transtorno de pânico. Como há uma série de outras doenças associadas à ansiedade, e muitas delas são relacionadas a fobias claramente reconhecíveis, a síndrome acaba sendo pouco identificada.

    Um estudo feito com a população norte-americana no início dos anos 2000 apontou que aproximadamente 3,5% dos cidadãos sofriam com os efeitos do transtorno de pânico. Em todo o mundo, as mais atingidas seriam as mulheres, em uma proporção de duas para um, e os afetados teriam principalmente entre 20 e 30 anos. Estima-se que cerca de 4% da população brasileira tenha registrado ataques de pânico ao longo da vida, com aproximadamente 1% do total desenvolvendo o transtorno.

    O diagnóstico pode demorar a ocorrer porque alguns sintomas podem ser confundidos com outros problemas. Além disso, é importante reforçar que o transtorno do pânico é uma doença como outras e deve ter tratamento. Também é fundamental entender e diagnosticar quando a ansiedade vira patológica. 

    Alguns sintomas potenciais na síndrome de pânico:

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