foi preso nesta semana, no bairro Bom Jesus. Segundo a polícia, ele confessou envolvimento nas ações, consideradas gravíssimas pela polícia.

— A decapitação é uma forma de demonstração de poder entre esses grupos criminosos. Esse preso estava tendo uma ascensão meteórica dentro da sua facção. Ele tem um perfil que é bastante apreciado por esse líder que está foragido, que tem uma conduta muito agressiva. Então, certamente, pela nossa informação obtida por meio das inteligências e pela investigação sobre esse líder, ele está fomentando que esse jovem evolua rapidamente na facção para ser o seu coordenador de atos violentos — disse o diretor do DHPP, delegado Mario Souza.

Líder criminoso

Segundo a polícia, em outubro do ano ado, Nego Cris recebeu o direito de responder em liberdade, mas teve nova ordem de prisão decretada e não foi mais localizado. Desde então, está foragido.

Em fevereiro deste ano, Nego Cris foi alvo de uma operação da Polícia Civil em razão de outra execução, também na Zona Leste. Ele é apontado como um dos envolvidos no comando do assassinato de um homem em outubro do ano ado, no bairro Partenon. Ao ser atacado a tiros, Daniel de Souza Ferreira, 45 anos, tentou se esconder no pátio da 1ª Delegacia de Homicídios, mas foi perseguido e morto.

Isolamento

A facção identificada pela polícia como responsável pelos dois crimes é a maior de Porto Alegre. Com berço no bairro Bom Jesus, na Zona Leste, o grupo possui ramificações em praticamente todo o Estado. Além do preso, a polícia investiga a participação de outros integrantes do grupo nestes crimes.

Segundo o DHPP, em razão dos crimes, esse grupo ou a ser alvo das medidas previstas no protocolo contra homicídios implementado na Capital há pouco mais de dois anos. 

De forma escalonada, são aplicadas estratégias, como a saturação de áreas da facção por meio da presença do policiamento, investigações voltadas ao grupo criminoso e especialmente a responsabilização de líderes, além das revistas em prisões, operações especiais e contra lavagem de dinheiro.

A medida mais severa prevista é o isolamento dos líderes que ordenarem as execuções, tanto em penitenciárias dentro do Estado, como em unidades federais.

— É importante dizer também que continuamos a busca para realizar a captura desse líder que está foragido. Tão logo seja capturado, ele também será isolado —  disse Souza. 

Liderança, prisões e fugas

Segundo a polícia, Nego Cris seria integrante da facção desde a criação do grupo, e que há anos ele exerceria liderança, atuando na gerência e nas finanças.

O homem cresceu no bairro Bom Jesus. Na adolescência, Cristian já teria sido investigado por roubo. Depois de adulto, ou a ser investigado e processado por diversos crimes, como nove homicídios, roubos, associação criminosa e receptação.

Ele foi preso em 2012 em um sítio no interior de Taquara, que era utilizado para treinamento de integrantes da facção, conforme investigação da época. No ano de 2014 foi novamente preso, após uma denúncia anônima. Já em 2017, foi condenado a mais de 20 anos de prisão por um dos homicídios pelos quais era investigado.

Em novembro de 2021, foi beneficiado pela prisão domiciliar humanitária, com monitoramento eletrônico. Seis meses depois, houve o rompimento da tornozeleira eletrônica. O homem permaneceu foragido, até ser preso em Goiás.

Vida dupla em Goiás

A partir de uma investigação, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul descobriu que Nego Cris estava morando em uma casa de alto padrão no município goiano de Catalão, onde estaria atuando como empresário.

A prisão aconteceu após um período de vigilância no local. Com Nego Cris a polícia encontrou documentos falsos, com um novo nome que ele estaria usando.

Segundo a polícia, Nego Cris vivia uma vida dupla: continuaria ocupando uma posição de liderança no grupo criminoso enquanto, usando a identidade falsa, investia no comércio local na cidade goiana. A investigação descobriu que o foragido havia montado uma lavagem automotiva e uma mecânica no município.

Em outubro do ano ado, ele voltou a ficar foragido.

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