• Mais de 50 portos clandestinos: como os contrabandistas agem para trazer soja argentina ao RS pelo Rio Uruguai
  • Vigias e radiocomunicadores são usados por contrabandistas que trazem soja da Argentina ao RS
  • O prefeito diz que ficou sabendo dois dias depois e que seu secretário de Obras justificou o fato: uma máquina privada caiu no rio e um trator-esteira da prefeitura foi retirá-la da água. Aí foi cavado um buraco para fazer o socorro. Os policiais teriam chegado quando estava no local apenas a máquina da prefeitura e acreditaram que ela estava deslocada para melhorar a via de o para contrabandistas, o que o chefe do Executivo nega veementemente.

    Diel também comenta o fato da produtividade "recorde" em Tiradentes do Sul, onde algumas propriedades pequenas têm média de 250 sacas por hectare, quando este ano a média gaúcha foi de 32 sacas.

    — A gente sabe que várias pessoas emprestavam bloco do produtor para o contrabandista tirar nota. Aí o sujeito tem 10 hectares e tirou 3 mil a 4 mil sacas de soja na produção, né...

    O vice-prefeito de Esperança do Sul, Gilmar Lucin (MDB), prefere não comentar o assunto contrabando.

    — Eu sei por outros, mas não tenho nada a falar. Não participo, não usufruo disso, não tenho comércio. Sei lá até que ponto é bom isso aí.

    O prefeito de Crissiumal, Marco Aurélio Nedel (PL), diz que o contrabando é um tema complexo. Como auditor aposentado da Receita Federal, diz que atuava na repressão ao ilícito e, por isso, não apoia, não incentiva e não participa desse tipo de crime. Como não é de sua atribuição, tampouco atua na repressão. Mas ite que a atividade é muito intensa em seu município.

    — Temos 12 quilômetros de fronteira com a Argentina e de 20 a 30 portos clandestinos, nesse trecho do Rio Uruguai. Com impacto de destruição ao ambiente, por exemplo.

    Ao mesmo tempo, Nedel concorda com seu colega de Tiradentes do Sul ao dizer que a movimentação de cereais acaba integrada à produtividade do município, como se fosse dali.

    — E para a população costeira, muito pobre, gera ocupação (serviço). Ainda ajuda a movimentar o comércio. Mas esse ganho fácil atrai facções criminosas e não se restringe à soja, mas também gera contrabando de produtos proibidos, como veneno agrícola, armas, explosivos, drogas e todo o resto que não presta — ressalva.

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