
Ano novo no calendário. Já especulei antes sobre o tom de 2021, que defini como dado a urgentes mudanças e, por isso mesmo, radical e muito instável. Aquário, signo da humanidade, estará em destaque no ano, pela agem aí de Júpiter e Saturno, em aspecto com o regente Urano. Aquário lida com ideias e conceitos que estruturam a forma de pensar e agir de um grupo ou sociedade na busca por um bem comum. De um sindicato a um partido político, de um ativismo social a um coletivo qualquer, o espírito aquariano se manifesta na força da sintonia possível entre os integrantes do grupo envolvido. Hoje, o compromisso com o que vai além do individual impõe-se como desafio. Vem a pergunta: e eu com isso? O movimento é mundial, mas cada pessoa pode fazer sua parte na construção de um sistema mais justo e inclusivo.
Toda coletividade é feita de indivíduos. No zodíaco, Aquário (o coletivo) faz polaridade complementar com Leão (o eu). Também faz tensão de ajustes com outros signos de força e resistência, que são Touro (recursos) e Escorpião (transformações e expurgos). Urano, um dos regentes de Aquário, segue seu curso por Touro até 2026, impondo o tema dos recursos materiais na pauta aquariana dos rumos do amanhã. Uma nova gestão da natureza, dos meios de produção, dos gastos e consumos, se torna imperiosa. Um mundo de quase oito bilhões de humanos – e em franco crescimento – não pode seguir com as mesmas práticas de décadas atrás. É preciso eliminar hábitos e transformar as formas de uso e troca (Escorpião). E isso pede um exame dos poderes pessoais (Leão).
Nesse ano com tendências a posturas extremistas e muita intolerância, convém estarmos atentos para escapar da tentação de primeiramente converter os “cegos”. Ora, o outro é diferente de nós, e é essa diversidade que engrandece a complexidade do humano. Afinal, queremos um mundo de paz e prosperidade ou provar que estamos certos com a derrota dos opositores? Não é porque os “inimigos” não se tocam da verdade que devemos abrir trincheiras contra eles. Deixemos que o tempo ensine – e sempre ensina. Façamos, então, o que possamos pelo bem maior, “correndo por fora”, sem competição, centrados no melhor de nós. Se não conseguimos aceitar os divergentes, então, como na canção, que os outros sejam os outros, e só. Focar no ódio só envenena ainda mais um planeta que grita por purgação.
E vamos reduzir nossos lixos de todo tipo e rever nossos costumes. Vamos repensar o consumo. O isolamento da pandemia já mostrou quantas necessidades podem ser até mesmo eliminadas. E o Leão em cada um de nós diz que essa batalha é pessoal. E que precisamos primeiro tirar o cisco de nosso olho, em vez de nos incomodarmos com a trava do olho alheio.
Assim, como posso mudar antes meu mundo, ajustando-o ao desenho de um futuro melhor e mais justo? O que tenho para dar à sociedade e o que preciso aprender para reagir melhor ao futuro? Certamente isso não depende somente de o nosso partido estar no poder ou de que o trono já esteja livre dos devotos da destruição. A vida é maior que ideologias. E a vida aponta para o amanhã, não para o ado.
Se não podemos curar o planeta a curto prazo, que ao menos não lancemos mais venenos nele. Pode demorar até nosso mundo ideal acontecer, mas que isso não diminua a confiança no que precisamos semear agora. Quando se formar a massa crítica de cidadãos transformados, a força desse grupo será imbatível. Então, só por hoje, não se deixar adoecer já é um bom investimento nesse futuro.