
A alma de craque que um dia se destacou com as camisas de Grêmio e Inter segue em outra função. À beira do campo, longe dos aplausos que marcavam seus es e gols, Arilson Costa trocou, há alguns anos, a bola nos pés pela prancheta.
O treinador, de 51 anos, comanda o Brasil-Far, na exigente Divisão de o, e segue com sabedoria a paixão inabalável pelo futebol. Agora, tenta escrever uma nova história vitoriosa na Serra Gaúcha.
Natural de Bento Gonçalves, o ex-meio-campista, que encantou torcidas com sua visão de jogo e habilidade ímpar, abraça mais um capítulo diferente na carreira. Na competição estadual, Arilson reinventa-se: a mente que pensava jogadas, agora desenha táticas na região que conhece bem.
— Eu sou de Bento Gonçalves. Minha família toda mora em Bento Gonçalves, mas é o primeiro time que eu treino aqui na Serra. Treinei alguns times aqui no Rio Grande do Sul, mas na Serra é o primeiro. Para mim, está sendo uma experiência muito boa, porque o clube tem uma boa estrutura. A diretoria e o presidente nos dão as condições. É óbvio que é uma competição muito competitiva. Sabemos muito bem como é o o. Vai ser um caminho árduo, porque os times estão todos nivelados, mas a gente montou um plantel para chegar, primeiro na classificação, depois numa final — comentou Arilson, em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Após pendurar as chuteiras, Arilson Costa, ex-jogador, trilhou um caminho dedicado à formação de novos talentos e à gestão esportiva. Sua transição para a área técnica começou nas categorias de base, em 2017. Depois disso, já treinou vários clubes, inclusive levando o Aimoré à primeira divisão do Gauchão. Já trabalhou no Operário-MS, Grêmio Bagé, Atlético Catarinense, Tupi e São Paulo-RG. O "casamento" com o Brasil-Far quase aconteceu antes.
— No ano retrasado, eu vim aqui, tive uma conversa com o presidente, com a diretoria e estava acertando com o Brasil, mas não chegamos a fechar um contrato. Esse ano eu vim, conversei com o presidente e vice-presidente, com a diretoria, e acabei acertando, porque o meu desejo é abrir as portas aqui. A gente sabe a estrutura, o nome que tem a cidade, então a gente chegou a um acordo, e estou muito feliz aqui, espero fazer um bom trabalho.
Desafio no Brasil-Far
Não pode faltar competitividade, porque o o é muito disputado, é muito pegado. Eu sei como é. Tive a felicidade de subir o Aimoré pra primeira divisão.
O Brasil-FAR segue em sua trajetória na Divisão de o e busca o tão almejado retorno à elite do futebol gaúcho. A competição, que iniciou em 17 de maio, apresenta um novo formato para este ano: as 15 equipes se enfrentam em turno único na primeira fase, com os oito melhores avançando para as quartas de final em jogos de ida e volta.
O time de Farroupilha, sob o comando do técnico Arilson Costa, tem mostrado potencial na disputa, com a expectativa de figurar entre os finalistas. Até aqui, após quatro rodadas, somou seis pontos e está na sexta colocação.
— Nós conversamos bastante. Eu, como treinador, trouxe alguns nomes, a diretoria também trouxe alguns. A gente chegou a um acordo e fez um plantel bacana. Pegamos o perfil dos jogadores, não só dentro de campo, como fora também. Então, é óbvio que não vamos acertar 100%, mas procuramos fazer o máximo e tentar acertar os 100% para a gente fazer um time competitivo, um time vencedor, jogadores vencedores, que estão acostumados a ganhar — comentou o técnico, que completou sobre o seu time:
— Não pode faltar competitividade, porque o o é muito disputado, é muito pegado. Eu sei como é. Tive a felicidade de subir o Aimoré pra primeira divisão. É óbvio que tem que ter um grupo unido, tem que dar liga, a diretoria tem que estar junto com o torcedor, os empresários da cidade e região também tem que estar conosco, mas tem que ser competitivo. E tem que jogar futebol. Não adianta só o que eu peço, faz o que eu peço e um pouco mais.
Qualidade do ex-jogador

Como jogador, Arilson Costa construiu uma carreira vitoriosa, marcando seu nome na história de Grêmio e Inter com importantes conquistas. Pelo Tricolor, levantou a Copa do Brasil em 1994 e a Copa Libertadores da América em 1995. No Inter, Arilson também brilhou, adicionando à sua galeria de troféus o Campeonato Gaúcho de 1997.
No comando do Brasil-Far na Divisão de o, Arilson Costa, o maestro que ditava o ritmo dos jogos com sua inteligência tática e a precisão de seus es, hoje observa o campo de outro ângulo.
Em um elenco que busca a ascensão, o treinador certamente anseia encontrar herdeiros de suas características. Jogadores que possam replicar a sua visão de jogo e a capacidade de transformar a partida.
— O pessoal fala que eu era um 10. Eu nunca fui um 10. Eu jogava com uma 10, né, mas eu fui um oito e meio. Era um segundo volante, mais pelo meio. Sinceramente, eu não vejo um Arilson, porque em 1995, 1997, que eu joguei no Inter e no Grêmio, se eu colocasse um GPS em mim hoje, eu ia correr no mínimo uns nove quilômetros. Então hoje eu não vejo um 10 assim, um oito e meio. Claro, tem vários jogadores bons no Brasil, a gente sabe disso, a gente vê isso. O Alan Patrick é um exemplo disso, mas só que na minha eu tinha mais intensidade que ele — finalizou Arilson.