Janot adotou uma postura cautelosa ao comentar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Facchin, que liberou Rocha Loures da prisão. O ex-assessor de Temer estava preso desde 3 de junho.
– Posso não concordar, mas faz parte – disse.
O procurador-geral ainda se defendeu das críticas de que teria sido brando ao aceitar um acordo de delação premiado com os irmãos Batista sem prever pena pelos crimes confessados.
– Se eu não tivesse aceitado essas condições, não haveria acordo. Eu faria tudo de novo. Com o acordo, ganhou a sociedade brasileira com a cessão da prática criminosa – falou.
Bem-humorado, o procurador também respondeu sobre comparações com sua sucessora, Raquel Dodge. Mediadora do encontro, a jornalista Renata Lo Prete lembrou declaração da subprocuradora, que defende que só a Justiça pode reduzir pena em delações premiadas.
– Se eu não puder reduzir pena, vou oferecer o que para o colaborador? Vou pedir para ele: "Senta aqui! Na minha terra, a gente gosta de torresmo. Quer um torresmo?" – brincou o mineiro.
Janot assegurou que não há risco de a Lava-Jato "pisar no freio" com a nova gestão na Procuradoria-Geral da República, a partir de setembro, porque isso exigiria um complô com o envolvimento de outros setores, como o Judiciário, a Polícia Federal e a Receita Federal. Mas ite temor com iniciativas do Congresso para limitar a atuação do Ministério Público Federal.
Precavido, o procurador evitou dar prazos sobre a apresentação de novas denúncias contra Temer, investigado ainda por obstrução de Justiça e organização criminosa. Mas disse que os brasileiros podem esperar o mesmo ritmo de trabalho até seu último dia à frente da PGR.
– Enquanto houver bambu, haverá flechas – garantiu.
Assista à toda a participação de Janot no congresso: