Falta de Vitamina D

A deficiência de vitamina D acontece, principalmente, quando a exposição solar é insuficiente ou quando o paciente tem alguma condição de saúde que dificulta a absorção da vitamina. Nestes casos, há uma série de sintomas que aparecem. Mas o geriatra, nutrólogo e professor da Universidade Feevale, Leandro de Avila Minozzo, ressalta:

— A deficiência costuma ser assintomática. Quando a pessoa começa a sentir os sintomas, como fraqueza, dor muscular e óssea, é porque a deficiência já está em um nível mais severo.

A nutricionista  Lohane Rocha, do HSL, conta que outros sintomas comuns são a sensação de cansaço, falta de equilibro e o sistema imunológico debilitado. Como a deficiência costuma ser assintomática, a nutricionista defende que a melhor forma de prestar atenção nos níveis de vitamina D no sangue é manter os exames em dia.

Os valores de referência, estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), definem que níveis menores a 20 ng/mL (nanograma por mililitro) são considerados deficientes. Para pacientes de risco, como idosos, obesos e com outras doenças, o nível mínimo pode subir para 30 ng/mL.

Entre as doenças oriundas da falta da vitamina D, estão o raquitismo, no caso das crianças, e osteomalácia, para adultos. O raquitismo é uma doença que afeta crianças, normalmente na primeira infância, causada unicamente pela falta de vitamina D, que enfraquece a estrutura óssea. A doença pode causar dor e, ainda, fazer com que os ossos das pernas e dos braços fiquem tortos.

— A osteomalácia é diferente da osteoporose. Na osteomalácia, os ossos doem, enquanto na osteoporose, o paciente só sente os ossos fracos — diferencia Minozzo. Em mulheres, porém, a falta de vitamina D, segundo a endocrinologista do Hospital Mãe de Deus Melissa Barcellos Azevedo, também pode causar osteoporose.

Ela pontua que, diferentemente do raquitismo, uma situação pouco comum, a osteoporose em mulheres é bastante frequente. Ainda mais no período anterior e durante a menopausa, que costuma acontecer a partir dos 45 anos.

— As duas alterações que mais causam osteoporose são a falta do hormônio estrogênio, que acontece quando entra na menopausa, e a falta de vitamina D. Então, neste período, aumenta o risco de osteoporose e as mulheres acabam tendo que ser mais cuidadosas que os homens com os níveis de vitamina D — enfatiza.

Suplementação

Caso os níveis de vitamina D estejam próximos ou abaixo dos valores limite para o considerado saudável, a solução é suplementar a vitamina, com comprimidos prontos ou manipulados em farmácias. Embora os medicamentos sejam vendidos sem a necessidade de prescrição médica, os especialistas reiteram que o acompanhamento médico é essencial para o sucesso do tratamento.

— Qualquer médico é capaz de prescrever quando há deficiência, mas a sugestão é procurar médico endocrinologista. A dose de reposição deve ser cuidadosa, conforme a literatura, para evitar intoxicação — recomenda Lopes, o professor da Uel. A dosagem e a duração do tratamento, assim como a frequência da suplementação, deverão ser prescritas pelo médico, após análise dos exames necessários.

Excesso de vitamina D

Aquele ditado “quanto mais, melhor” não se aplica à vitamina D. O excesso do hormônio, comum em pessoas que suplementam a vitamina sem orientação médica, pode causar uma série de problemas.

É mais fácil corrigir deficiência de vitamina D do que corrigir um excesso.

MELISSA BARCELLOS AZEVEDO

Endocrinologista

— A vitamina D em excesso vai afetar a absorção de cálcio no corpo todo. Além dos níveis tóxicos de cálcio, o paciente com excesso dessa vitamina pode ter insuficiência renal aguda, arritmia cardíaca, fraqueza muscular constante, episódios de convulsão, cálculos renais — explica o professor da Feevale.

Os casos de excesso de vitamina D não acontecem naturalmente. Ou seja, um alto nível de exposição solar não resultará em altos níveis de vitamina D. A condição, normalmente, é causada pela suplementação inadequada do hormônio.

— São exceções, mas sempre tem algum caso de paciente que interna por causa de excesso de vitamina D. Já atendi pacientes com níveis superiores a 150 ng/mL. Isso acende um alerta. Não quer dizer que todo mundo com valor elevado de vitamina D vai ter um caso grave de insuficiência renal, e aí está a importância de analisar e acompanhar esse paciente — ressalta Melissa.

*Produção: Yasmim Girardi

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