É a nova tecnologia de internet, capaz de mudar as comunicações como um todo, pela intensidade das conexões e pela sua alta capacidade de difusão. Estima-se que as redes 5G precisarão de 15 vezes mais espaço do que as tecnologias 2G, 3G e 4G combinadas.
Muitos dos aparelhos atuais não estão aptos a usufruir da tecnologia 5G. Eletrônicos compatíveis com a nova tecnologia já estão sendo lançados, mas será preciso adquirir novos produtos para aproveitá-la: não há compatibilidade direta entre os aparelhos 4G e os 5G.
Onde já está disponível?
Até o fim de outubro, 328 operadoras, em 109 países, haviam lançado ou feito testes para implementação do 5G. Na Coreia do Sul, nos EUA, na China e em países da Europa o 5G já é realidade. O serviço comercial deverá estar disponível até 2020 em Canadá, Noruega, Alemanha, Suíça, Japão e Austrália.
No Brasil, a oferta deve ficar para 2021. Isso porque o governo ainda não decidiu as regras e os espectros a serem colocados à venda. Depois é que será definida a data do chamado leilão do 5G. Também há a pressão das operadoras de telecomunicações, que manifestaram desejo de ver o leilão mais adiante.
As disputas para levar a outros países
Dois países lideram o desenvolvimento do 5G: China e EUA. Mercados como o brasileiro são importantes para ambos. Os norte-americanos levantam preocupações sobre a segurança dos equipamentos da chinesa Huawei (líder mundial na área), que estariam suscetíveis a ataques cibernéticos e espionagem. Nos EUA, a tecnologia é desenvolvida diretamente pelas operadoras de telecomunicações. A China defende seus equipamentos: mais da metade das operadoras do planeta, garante o governo chinês, os utiliza sem ter acusado problemas. Além dos EUA, a União Europeia (UE) também faz restrições à Huawei. Mas, após investigação, a Alemanha aprovou os equipamentos da gigante asiática.
O caminho a se trilhar no Brasil será indicado no leilão do 5G. As operadoras interessadas deverão apresentar propostas de instalação das redes seguindo as especificações a serem definidas pelo governo (em uma operação liderada pela Agência Nacional das Telecomunicações, a Anatel). A estimativa é de que o leilão, previsto inicialmente para 2020, movimente até R$ 20 bilhões, segundo a Anatel.
Robô sanitário chinês controlado a partir das possibilidades do
5GSTR / AFP
4 promessas do 5G
Velocidade ultrarrápida de conexão: a experiência de o à internet sem fio será muito diferente para os usuários móveis: espera-se que as velocidades para enviar e receber dados, com o 5G, sejam em torno de cem vezes melhores do que com o 4G.
A “Internet das Coisas”: para os consumidores, a tecnologia é representada por objetos que executam funções e trocam informações entre si sem precisar da intervenção humana para isso. A chamada IoT (sigla em inglês para “Internet of Things”) pode ser aplicada tanto em sistemas de robótica mais complexos quanto em dispositivos como eletrodomésticos inteligentes (o robô da foto acima, por exemplo).
Saúde: na China e na Espanha, cirurgiões já realizaram operações guiadas remotamente com alta qualidade de imagem e tempo mínimo de resposta usando a nova geração de redes ultrarrápidas. Devido à baixa latência oferecida pelo 5G, mais cirurgias e também consultas importantes poderão ser realizadas a distância.
Transporte: carros autônomos, que funcionam sem condutor, até já existem. A diferença é que, com conexões melhores, esses veículos serão mais confiáveis e seguros.
4 desafios do 5G
Infraestrutura: com uma tecnologia melhor, vem também a necessidade de infraestrutura melhor. No caso do 5G, será necessária uma grande quantidade de fibra para gerenciar o aumento maciço de banda larga. A captação massiva de dados só será possível com uma rede adequada.
Investimentos: a necessidade de aporte significativo de recursos em infraestrutura deve significar que, em países em desenvolvimento, como os da América Latina, a transição de redes será de maneira gradual: primeiro em algumas regiões, depois em outras.
Governos versus operadoras versus Forças Armadas: para manter a segurança de informações sensíveis envolvendo a Defesa, os governos reservam um espaço significativo da infraestrutura para entidades militares, que a utilizam para a comunicação via satélite e o monitoramento climático, entre outros. O aumento da demanda por capacidade de espectro deve levar a negociações entre operadoras, governos e Forças Armadas para saber quem vai usar qual espaço. O governo norte-americano, por exemplo, já alertou o Congresso de que o projeto de telecomunicações de quinta geração da China deve interferir diretamente nos sistemas de armas dos Estados Unidos.
Desigualdade: a tendência, apontam pesquisadores, é de aumento da distância entre as condições de conectividade entre os mais ricos e os mais pobres. Uma política pública que atenda aos interesses das parcelas menos privilegiadas economicamente é considerada a solução para amenizar o problema.